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CASO MISS LUCY
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CASO MISS LUCY
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O caso Miss Lucy tratado por Freud se trata dos primeiros passos da Psicanálise. Onde é relatada a empreitada de decifrar e estudar os sintomas histéricos.
Lucy trabalhava como governanta cuidando de duas meninas no subúrbio de Viena.
Foi encaminhada a Freud por um colega médico para tratar de sua rinite crônica recorrente, pois ela havia perdido o olfato e sofria de depressão acompanhada de alucinações de cheiro de pudim queimado.
Freud detectou que esse seria o início de sua histeria, iniciou então pela prática da hipnose, porém Lucy não caia no estado de sonambulismo.
Freud pediu a Lucy que se deitasse, fechasse os olhos e que se concentrasse, fazendo pressão com as mãos sob sua testa. Assim, Freud poderia analisa-la e acessar suas memórias que não seria possível em seu estado de concentração normal.
Freud a pergunta se ela consegue lembrar de quando ela sentiu o cheiro de pudim queimado pela primeira vez, e Lucy logo responde que o ocorrido foi há dois meses, dois dias antes de seu aniversário, ela estava na cozinha quando chegou a carta de sua mãe, as crianças estavam brincando com a carta e não deixavam Lucy pegá-la, ela acabou descuidando e quando percebeu o pudim já havia queimado, e desde então tem sido perseguida pelo cheiro forte e constante de pudim queimado.
Ao ser questionada por Freud se havia alguma relação entre as crianças e a carta recebida por sua mãe Lucy responde que estava pensando em se mudar com sua mãe e deixar o seu trabalho como governanta, e que isso a deixava triste.
Freud a questiona do por que deixaria as crianças e Lucy se recorda de um ocorrido, quando as outras empregadas da casa se uniram contra ela e indagaram que ela estava tendo atitudes que estavam acima de seu lugar e falaram coisas ruim a respeito dela para o avô das crianças, e quando foi reclamar sobre isso não obteve o apoio que esperava, e assim estava decidida a sair, porém acabou ficando.
Lucy também conta que fez uma promessa para a mãe das crianças em seu leito de morte, ela prometera que cuidaria delas e que assumiria o papel de mãe das garotas.
Com isso, o cheiro de pudim queimado fora associado com uma experiência, a qual dois afetos antagônicos haviam estado em conflito, onde havia a promessa de cuidar das crianças, porém com a chegada da carta de sua mãe ela recordara de sua vontade de deixá-las, isso fez com que essa situação se tornasse um trauma, e que guardasse em sua memória o cheiro do pudim queimado.
Freud estava insatisfeito e pensativo sobre o caso Miss Lucy, pensava no por que isso havia se tornado uma histeria e não qualquer outra coisa, indagava do por que Lucy guardar o cheiro do pudim queimado como símbolo de sua histeria. Freud já sabia que antes de se adquirir histeria pela primeira vez, uma condição essencial precisa ser preenchida.
Freud questionou-a dizendo que não conseguia acreditar que essas eram todas as razões desse sentimento a respeito das crianças, afirmando que acredita que Lucy esteja apaixonada pelo seu patrão e que estava querendo de verdade tomar o papel de mãe das crianças para si e que temia que as criadas descubram suas esperanças. Lucy, por sua vez, confirma o apontamento de Freud, e diz que não gostaria de que aquilo estivesse acontecendo então tentou de certa forma esquecer.
Freud a questiona por que ela contou de uma ocasião em que o patrão a tratou com mais cordialidade que de costume e falou sobre como precisava dela para conseguir educar bem as meninas, e depois disso Lucy ficou esperando, mas não houve progresso em sua relação com o mesmo, assim gostaria de tirar isso da cabeça.
Conforme iam passando as sessões com Freud o cheiro de pudim queimado ia diminuindo, e se prolongava principalmente quando ela estava em um alto nível de agitação. Então, dessa forma, Freud busca nas recordações de Lucy mais momentos que pudessem se relacionar com o ocorrido do pudim.
Depois de um certo tempo Lucy conta a Freud que agora não sente mais o cheiro de pudim queimado, que ele foi substituído por um cheiro semelhante, o de fumaça de charuto. Com o decorrer da técnica de Freud, Lucy se recorda do momento em que o cheiro da fumaça do charuto fica em sua mente. Era uma visita comum do contador chefe, e que ao ir embora tenta beijar as crianças ao se despedir, Lucy relata que o diretor seu chefe grita com ele, e que nesse momento ela sente como uma apunhalado no coração e como estavam fumando o cheiro fica em sua memória.
Lucy recorda de uma cena ainda mais antiga, da visita de uma senhora que ao se despedir beijou as crianças na boca. Após a saída da visita seu patrão, o diretor, desconta toda sua fúria gritando com Lucy. Freud logo consegue entender que essa cena esmagara suas esperanças de ter algo a mais com seu patrão.
Dois dias depois de sua última sessão, Lucy retorna para ver Freud, e dessa vez está com uma aura diferente, mais feliz e não sente mais cheiro nenhum. Lucy relata que já não se sente insegura ao trabalhar na casa e que irá guardar os sentimentos pelo patrão consigo.
O tratamento durou um período de nove semanas. "O processo terapêutico, neste caso, constituiu em compelir o grupo psíquico que fora dividido a se reunir mais uma vez com a consciência do ego".